SERVIÇO ESPECIALIZADO

Graduada em química pela Universidade Federal de Sergipe e há 17 anos no mercado, Vivian Guimarães Ramos, ou simplesmente Vivian, como é mais conhecida, é uma das profissionais mais requisitadas na área condominial no tratamento químico de piscinas. Nessa entrevista, ela chama aten- ção sobre alguns cuidados e faz uma análise minuciosa sobre a importância do profissional habilitado e os riscos da ausência dele em alguns clubes, hotéis, escolas e, sobretudo, em condomínios, que tem transferido a responsabilidade de um químico para o supervisor. A falta de um químico devidamente habilitado com registro no CRQ viola a Lei Municipal 7801/14 que estabelece a obrigatoriedade do acompanhamento deste profissional em empreendimentos com piscinas classificadas como públicas ou coletivas. Veja os principais trechos da entrevista.

Guia Condominial – Por que, apesar da existência de uma Lei Municipal muitos condomínios parecem não se importar com esta exigência? VivIan –Não só condomínios, alguns clubes, hotéis e escolas também ignoram a Lei. Mas, a questão mais grave, de fato, recai sobre os condomínios e o componente que os favorece nessa condição é falta de fiscalização pelo Conselho Regional de Química e da Vigilância Sanitária. Some-se a isso o fato de alguns síndicos não darem importância a esta questão. GC – Quando diz que que não há fiscalização, por que isso acontece? VivIan – Na realidade, esse é um problema antigo. Nunca houve uma politica especifica de fiscalização. O Conselho Regional de Química conta apenas com uma pessoa para essa atividade. Assim, a julgar pelo grande número de condomínios e a complexidade da fiscalização dá pra entender a razão de não existir. GC – Quais os riscos para um empreendimento que ignoram a contratação de um químico? VivIan –Uma piscina é um organismo vivo, uma higienização inadequada, pode provocar a proliferação de algas, bacté- rias e causar doenças como micose, por exemplo, ou doenças digestivas. Por isso que é preciso a presença de um profissional habilitado para fazer esse controle. Determinar o exame físico-químico da água é um procedimento padrão, entre outros, para se estabelecer a dosagem adequada de produtos químicos como cloro, clarificante e algicida que auxiliam na manutenção da piscina. GC – Uma piscina precisa ser limpa todos os dias? Vivian – Obrigatoriamente tem que ser limpa e clorada todos os dias independente do clima. Aliás, uma piscina cuja incidência de sol e de usuários é intensa e constante, precisa de um controle muito mais criterioso para justamente estar sempre em condições de uso. Com exce- ção, naturalmente, no dia em que está fechada para a manutenção semanal. GC – Como você observa o fato de alguns condomínios transferirem a responsabilidade de limpeza da piscina para um supervisor, sem a orientação de um químico? VivIan –Essa é uma situação delicada e de risco para o condomínio que passa a ser co-responsável. Estamos lidando com a saúde das pessoas. E não ter um químico pode causar danos permanentes a saú- de dos usuários. Qualquer doença contra- ída na piscina o condomínio bem como o síndico é responsabilizado. Portanto, é preciso considerar esses riscos e as san- ções que o condomínio pode sofrer. GC – Como constatar se determinada orientação passada pelo químico foi seguida pela pessoa responsável pela manutenção da piscina do condomínio? VivIan – Sistematicamente utilizo um livro de anotações especificamente para este fim. E diariamente, após fazer a inspeção da piscina, examino PH da água entre outros aspectos e faço os registros necessários, inclusive deixando claro para o responsável aquelas anotações, as quais vão ser determinantes na minha próxima inspeção. Alí, consigo, avaliar se, de fato, as recomendações foram executadas. Para o profissional experiente há um protocolo a ser seguido e este procedimento, revela claramente se as orientações foram atendidas plenamente.